As relações amorosas, apesar de serem uma das fontes principais de felicidade, são extremamente complexas e exigem esforço de ambas as partes para se manterem ao longo do tempo e serem satisfatórias.
No entanto, quando os problemas surgem, a resposta mais comum é deixar andar. Depois de terem detectado dificuldades conjugais sérias, os casais tendem a deixar passar, em média, seis anos antes de pedir ajuda.
Existem diversos mitos culturais associados à conjugalidade que funcionam como barreiras para os pedidos de ajuda dos casais.
Um é o mito da privacidade, que envolve a crença de que o casamento/união é uma matéria altamente privada e, consequentemente, as pessoas hesitam ou não querem admitir os seus problemas perante os outros, nomeadamente perante profissionais de ajuda.
Outro, é o mito do naturalismo, que consiste na crença de que um casamento/união bem sucedido deve fluir naturalmente e sem grande esforço. Assim, pedir ajuda é admitir que se é desadequado, incapaz e se falhou em alcançar algo que é suposto ser simples.
A “verdade” é que quanto mais cedo os casais pedirem ajuda ou aconselhamento, maior a probabilidade de repararem a relação.
Ana Vedes
Psicóloga Clínica, Investigadora e Terapeuta Conjugal